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Cruzeiro, faça um favor a si mesmo e não se envolva

  • Foto do escritor: Pote de Conserva
    Pote de Conserva
  • 9 de mar. de 2017
  • 3 min de leitura

A ação do dia 8 de março promovida pelo Cruzeiro e apresentada na partida contra o Murici-AL, pela Copa do Brasil, foi uma boa jogada de marketing. As camisas dos jogadores traziam estatísticas de violência e desigualdade com os números dos respectivos atletas. De fato, algo beirando o genial, apesar de alguns dados "senso comum" , ou usados de má fé pelos movimentos sociais.

Não incomodou a parte conservadora da torcida, como acredito que muitos dos envolvidos na ação pensaram que aconteceria, e até mesmo esperavam. Afinal, mesmo que chamados de "retrógrados" e "patriarcais", nossa luta é a mesma quando o assunto é violência e abusos contra as mulheres. Mas não consigo parar de pensar no que se segue a campanha.

O ato em comemoração ao Dia da Mulher foi realizado em parceria com a ONG AzMina (que talvez não seja necessário ressaltar ser feminista), e pretende ir muito além da homenagem e dos dados na camisa nas costas dos jogadores. De acordo com a matéria publicada pelo digital do SuperEsportes, em entrevista a diretora institucional da revista AzMina, Letícia Bahia, o projeto é começar, a partir dessa campanha, uma espécie de "série" com conteúdo jornalístico com o intuito de aprofundar em temas como, por exemplo, o aborto.

Se fosse apenas mais uma campanha feminista para abordar temas dos quais a maior parte da sociedade brasileira (ainda muito conservadora e, devo ressaltar, de maioria católica) discorda, eu ignoraria. É absolutamente normal que essa minoria barulhenta e muitas vezes inconveniente continue a gritar. Mas, como cruzeirense preocupada com o clube, e acima até mesmo do posicionamento político, sinto-me no dever de, neste blog desconhecido e sem visualizações, alertar para os riscos aos quais o clube está se expondo.

Não, Cruzeiro, você não deveria se envolver nessa briga. Estamos falando de futebol, um esporte que abriga pessoas de todas as classes, sexos, raças e religiões. É uma zona em que há uma certa paz. Ainda mais no Cruzeiro Esporte Clube, com seus quase 9 milhões de torcedores espalhados pelo Brasil. O que tem a ver esporte, mais especificamente o futebol, com toda a politicagem e a militância por causas sociais? Você não vai querer entrar nesse jogo sujo e, com certeza, não vai querer se envolver com a nova onda dos Guerreiros da Justiça Social, ou SJW (da sigla em inglês). Muitas outras empresas tentaram e acabam sendo criticadas por eles próprios depois. A Rede Globo é um exemplo claro disso.

Por que em vez de patrocinar e se juntar a campanhas que ferem a consciência moral e os princípios de (grande) parte de seus torcedores você não FAZ alguma coisa? Por que não emprega mais mulheres, para ajudar a diminuir, mesmo que um pouco, a estatística de que 7 em cada 10 desempregados são mulheres? Por que não aumenta os salários para a mesma função? Por que não dá cargos de liderança dentro do clube? Por que não abre um time de futebol feminino, antes de que isso seja regra para a Libertadores de 2019? Certamente, tomar medidas dentro do próprio clube seria bem mais eficiente e melhor para a própria imagem que se aliar a movimentos sociais contra os quais a sociedade luta, muitas vezes.

Quer um conselho de cruzeirense, metida a politizada e MULHER? Não se envolva com esses movimentos que dizem lutar por causas nobres e pela "libertação" de oprimidos, quando na verdade os libertam para prendê-los a si e a seus ideais. Faça a diferença, luta pelos verdadeiros sofrimentos não só das mulheres, mas de todos. Sofrimentos que são quase uma ferida aberta na nossa sociedade e que, quase sempre, são ignorados, as vezes pelo sexo de suas vítimas. Junte-se a outros clubes e organizem campanhas contra o tráfico humano, o turismo sexual, a violência doméstica, o casamento infantil, a normalização da pedofilia, a privação do ensino. Lutem para que mulheres tenham mais espaço no congresso nacional, mas também para que os homens tenham mais direitos na guarda dos filhos. Lutem para que mulheres tenham mais cargos de liderança, mas também para que os jovens de 18 anos não sejam obrigados a se alistar. Lutem para que mulheres sejam menos estupradas, mas também para que os homens e meninos, vítimas do mesmo crime, não tenham medo de denunciar. A pauta não é apenas contra a violência e o abuso contra a mulher, mas contra a impunidade, de forma geral, que mais parece um aspecto cultural que um problema no Brasil. A guerra é muito maior do que imagina.

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